A Ambliopia, também chamada de doença do olho preguiçoso, acomete de 2 a 4% da população brasileira incluindo adultos e crianças. Ela é a principal causa de baixa visão unilateral em crianças e adultos abaixo de 60 anos. É mais comum em crianças com histórico familiar, prematuros ou com atraso no desenvolvimento, mesmo assim pode aparecer em qualquer criança.
A Ambliopia é uma redução da visão em um ou ambos os olhos, mesmo com o uso da correção óptica (óculos ou lentes de contato).
O olho afetado não apresenta nenhuma alteração anatômica, sendo uma falha de desenvolvimento do sistema visual durante a infância.
A perda de visão pela ambliopia pode ser evitada e revertida com a detecção e intervenção precoces. Assim, é importante que as crianças com ou sem risco de ambliopia sejam identificadas ainda na primeira infância, quando o prognóstico para o tratamento bem-sucedido é melhor.
Causas
- Estrabismo: uma das formas mais comuns de ambliopia e se desenvolve no olho desviado. Para evitar a diplopia (visão dupla), o cérebro suprime a visão do olho desviado e a criança desenvolve apenas a visão do olho que fixa nas imagens.
- Refração (grau) não corrigida: é a forma mais comum. Existem dois tipos:
- A ambliopia anisometrópicaé quando apenas um dos olhos tem um grau alto e o outro olho enxerga bem. Assim, o cérebro não consegue interpretar a imagem borrada do olho ruim e suprime essa visão. Os olhos de uma criança com ambliopia anisometrópica costumam parecer normais à família e ao pediatra, o que pode causar atraso na detecção e no tratamento.
- A ambliopia isoametrópicaé quando os dois olhos têm grau alto não corrigido, causando uma baixa visual bilateral. Isso ocorre devido ao o efeito deletério de imagens retinianas desfocadas no sistema visual imaturo.
- Privação visual: a causa menos comum e mais grave. Ocorre devido a uma anormalidade ocular que obstrui o eixo visual ou interfere na visão central e impede o desenvolvimento do sistema visual. Por exemplo: catarata congênita, ptose (queda) palpebral ou lesões perioculares que cubram o eixo visual, opacidades na córnea, hemorragia vítrea.
Tratamento
O tratamento da ambliopia envolve as seguintes etapas:
- Eliminar (se necessário) o quanto antes qualquer obstrução do eixo visual, como uma catarata.
- Corrigir qualquer erro de refração significativo com óculos ou lentes de contato.
- Forçar o uso do olho amblíope limitando o uso do olho melhor com o uso regular de tampão (oclusâo).
A falta de adesão ao tratamento é um problema comum que pode prolongar o período de tratamento ou levar a falha pura e simples. Devido a isso, precisamos reforçar o quão importante é o entendimento da doença e a perseverança da criança e dos pais e familiares.
A visão desenvolve-se até por volta dos sete anos, portanto a ambliopia deve ser tratada o quanto antes para se obter um melhor prognóstico.